Violência: Engenheiro é sepultado em Tabuleiro do Norte

O cortejo seguia lento nas ruas lamacentas de Tabuleiro do Norte (distante 228 quilômetros da Capital). O sol inclemente da tarde fez com que centenas de pessoas andassem com as cabeças baixas, seguindo o caixão do engenheiro Kelbson Nogueira Diógenes, 29.
Ele foi morto no início da tarde da última quinta-feira, 1º, após reagir a assalto na porta do Banco Itaú da avenida 13 de maio, no Bairro de Fátima.
Uns acompanhavam o cortejo em silêncio, outros entoavam cânticos e havia aqueles que não conseguiam segurar o choro. A cada esquina, dezenas de pessoas se aglomeravam para dar o último adeus. No rosto de amigos e familiares, a expressão não era de raiva e indignação, mas de dor e sofrimento.
Saudade é uma palavra que só existe no dicionário português e é a mais apropriada para definir o sentimento que tomava conta dos que conheciam Kelbson. Coberto com a bandeira alvinegra do Ceará Sporting Club, o caixão foi recebido com uma salva de palmas na entrada do cemitério de Tabuleiro.
A família do engenheiro, em estado de choque, preferiu não dar entrevistas. O dia foi de intenso movimento na casa dos pais de Kelbson, onde aconteceu o velório. Foram distribuídas camisas brancas com a foto do engenheiro - chamado carinhosamente como Kelbim - e a mensagem: “Hoje, sentimos a dor da sua partida. Tão de repente você foi ao encontro do Pai. Que Ele te acolha, pois sua alegria nos dará força na nossa caminhada. Saudades eternas...”